Não conhecia o termo
que achei perfeito quando o ouvi pela primeira vez. Aliás desconheço outro
termo que defina melhor aqueles seres com que me cruzo no vestiário. De acordo
com conceituados dicionários online, grunho é uma derivação progressiva da
palavra grunhir com o significado em sentido figurado de pessoa rude ou
grosseira que a sociedade vulgarmente designa de porco. O termo assenta que nem uma luva
naquele pessoal com que frequenta as aulas de karaté ou similares.
Com o início das aulas
os grunhos voltaram. Já pensava que o silêncio e a parcimónia tinham regressado
mas afinal estava enganado. Diga-se que não tenho nada contra estas modalidades e
muito menos contra o professor que está ali para ganhar o seu salário…
Depois de um banho
demorado que ameaça esgotar a água quente, os grunhos ignoram a placa de
madeira com que enclausuraram a sauna, a ausência de algumas portas nas cabines
dos duches, a avaria de alguns chuveiros, a degradação das “camas” no repouso e
falam alegremente entre si sempre num tom de voz audível onde quer que se encontre.
Enquanto me visto
apressadamente sou obrigado a escutar a conversa entre eles. Falam das
particularidades da aula dando conselhos uns aos outros nos quais ninguém está
minimamente interessado e quem quiser que não oiça.
Não é a cor da pele ou
o extracto social donde provêm, o que realmente incomoda é a falta de civismo cada
vez mais comum neste nível etário que se revela ao ocupar a totalidade dos
bancos no vestiário com os respectivos sacos sempre num tom de voz elevado. É claro que nem todos os que frequentam a dita aula podem ser apelidados de
grunhos.
Felizmente há excepções.
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