Arrisco afirmar que se
trata de uma “mania” do povo português, a mania de sofrer por toda e qualquer
razão que a vida prodigamente nos oferece. Pode mesmo considerar-se uma característica
deste povo, sofrer por antecipação.
Em boa verdade, diga-se
que esta “mania” não é exclusiva do povo português, encontra-se disseminada por
esse mundo fora. Valha-nos ao menos isso, nesse aspecto é uma tendência
intrínseca ao comum Homem actual.
Das diferentes formas
de sofrer, antes, durante e raramente depois, a mais estúpida (assim o
considero) é a primeira. De facto, quando chega a acontecer o motivo pelo qual
tanto se sofreu, já a vida lhe deu a volta ou então, nem chega a acontecer e,
se isso acontece, não se mostra exactamente como se imaginou…
Sofrer por antecipação
não leva a coisa nenhuma. É uma perda de tempo e sobretudo, um dispêndio inútil
de energia que devidamente canalizada estaria melhor empregada em qualquer coisa
útil à própria vida.
Embora reconheça que é possível
alterar ligeiramente o curso dos acontecimentos, o que tiver de acontecer,
acontecerá quer se deposite nisso muito, pouca ou nenhuma energia…
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