Agora está
na moda considerar como “erro humano” todo e qualquer desvio do que se
considera correto. É permitido pensar-se nos incêndios que assolaram o nosso
país ou outro qualquer acidente na área da saúde ou na área aérea. O problema fica
resolvido ordenando-se a elaboração de um inquérito que pode durar dias ou
mesmo anos... Quase sempre se chega à conclusão que o acidente ocorreu devido a
um “erro humano”. Com esta atitude e perante a sociedade em geral, fica tudo explicado.
O “erro
humano”, usa-se sempre que a gente ou qualquer coisa que devia agir em
conformidade com os cânones vigentes decidiu agir de outra forma. Quem se
desvie dos objectivos perseguidos é classificado como “erro humano”. Discute-se
exaustivamente o acidente mas nunca o que lhe deu origem de forma a evitar que o
fenómeno se repita num futuro próximo.
Encontrado
(à força) um responsável, quer sejam as condições climatéricas ou qualquer outra
causa, tranquiliza-se a consciência e espera-se que o tempo apague tudo da
memória colectiva. Estou a lembrar-me de acontecimentos passados como o célebre desastre aéreo na Madeira, dos incêndios que assolaram
Portugal, dos corpos carbonizados que não me deixam esquecer todo um passado
que se faz presente.
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