A vaca
que vivia na minha casa de banho fugiu, pelo menos já não se faz ouvir. Na
verdade, o animal a que chamo de vaca, não era literalmente uma vaca. Era
apenas um ruído que fazia lembrar uma vaca quando se accionava o autoclismo.
Desde que experimentei outra posição para a torneira, deixou de se ouvir.
Agora
que se foi, sinto saudades da vaca que presumivelmente vivia no meu WC. Pouco ou
mesmo nada tínhamos em comum, exceptuando aquelas lesões a nível cerebral que descoordenavam
os nossos movimentos mais comuns. E, enquanto ao animal lhe chamam louco, a mim
não me chamam nada… só pensam. A descoordenação só é visível quando me empresta
aquele ar de bêbado bem bebido.
Se
vivesse na Índia o animal, como animal sagrado, circulava livremente invadindo ruas,
lojas e centros comerciais e podia até comer os alimentos ali expostos para
venda. Contudo, a “minha vaca” vivia fechada no WC e não saía de lá sob nenhum pretexto.
Fazia-se ouvir, mas nunca se mostrou a ninguém.
A vaca
que vivia na minha casa de banho, já não vive. Cheguei à conclusão que sai muito
mais barato comprar leite no supermercado do que ter uma vaca fechada na casa
de banho.
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