Um
simples acento, grave, agudo ou esdrúxulo, parece não ter grande importância
mas faz toda a diferença. Podia mesmo aproveitar-se como sendo um bom exemplo
da importância que têm os acentos.
A
confusão situa-se entre as palavras avos e avós (pondo de fora a palavra avôs)
sem esquecer que todas as formas existem e coexistem nos dicionários de bom
português. Nos meus tempos de adolescente acontecia-me, muitas vezes, confundir
a palavra avos com a palavra avós. Nesse tempo, o que me deixava confuso, era estar
convicto de que essa confusão só acontecia comigo. Hoje apercebo-me que a
confusão se estende a muito boa gente.
Evidentemente,
escreve o velho professor de Matemática, a palavra avos muito usada e
Matemática, dificilmente se confunde com avós. Nesse tempo, recorria ao velho e
estafado exemplo da pizza que se pretende dividir, dando-lhe um cariz mais
moderno através de outros meios mais modernos como sejam os PowerPoint´s. Resumidamente,
direi que sempre que o denominador de uma fracção é maior do que dez, usámos a
velha palavra avos.
Quando
nos referimos aos pais dos progenitores, então deve usar-se a palavra avós.
Nesta
altura, após uma exaustiva reflexão, tenho que admitir a minha falta de jeito
para ser avô e pouco para ser pai. Com o tempo lá fui “aprendendo” o duro
ofício de ser pai. Mas avô, acho que nunca cheguei ou não quis apreender. Parafraseando
Teresa Morais (como sempre acontece quando termino um livro), sei que que sou o menos pedagógico dos avós
– o deixá-los comer sem lavar as mãos, a permitir-lhes recusar a sopa e o peixe
cozido, a enchê-los de guloseimas, o
autorizá-los remexer nos móveis da cozinha, a brincar e a partir os bibelots da
sala, a encantar-me com os rabiscos feitos nas paredes, e a sorrir ao vê-los
comer terra dos vasos. Ainda hoje é assim com os netos, principalmente com
a mais pequenina que não chegou a conhecer o avô com as limitações que tem hoje.
Muitas vezes embarcámos os dois num mundo que é só nosso.
Com os
avós ficam aquelas tarefas que ninguém quer como sejam recolher os meninos no colégio,
ficar com eles em casa enquanto os pais estão ausentes por motivos
profissionais, entretê-los no terreno contíguo a casa, levá-los de férias, etc.
enfim, substituir os pais na ausência
destes.
Se por
um lado gosto de ser avô, há outro lado em que recusa a inexorável lei da vida…
No entanto,
ser avô, tem imensas vantagens ou deveria escrever compensações?
É através
deles que é possível voltar a ser criança outra vez.
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