Já ninguém
tem dúvidas, e as recentes estatísticas vieram comprovar, que o nosso sistema de ensino está obsoleto e carece de uma
mudança urgente. É preciso não confundir uma mudança radical com mais uma
reforma do ensino… Não é dando "mais
do mesmo", nem permanecendo mais horas na escola que se consegue resolver
os problemas do abandono, absentismo, insucesso e desmotivação dos alunos.
Incompreensivelmente teimamos
em manter uma escola que foi criada numa época em que era frequentada apenas por elites.
Depois do 25 de Abril, com a abertura da escola a todas as classes sociais,
nada foi feito de concreto no sentido de a adaptar às exigências e expectativas
dos novos alunos. O problema agravou-se com a obrigatoriedade do ensino sem que
ao mesmo tempo fossem criadas outras opções que não fosse o ingresso no ensino
universitário. É do senso comum que tudo o que é obrigatório deixa de ser
prazeroso…
O tipo de ensino
actual não faz mais do que afunilar todo o tipo de alunos canalizando-os para uma
única saída, as universidades públicas ou privadas, sem atender às reais necessidades
e aptidões dos alunos. Poderá argumentar-se que já existe um ensino
profissional… Pois existe mas conectado como sendo um ensino de segunda destinado
a alunos com fracas capacidades intelectuais… Não é isso que se pretende nem o
que o país precisa. O desemprego está aí a comprovar que também não é de mais “doutores”
que precisamos. O que verdadeiramente precisamos é de investir na formação de
técnicos a todos os níveis dando assim resposta aos alunos que não pretendem acessar
ao ensino universitário sem descurar o cuidado de articular os vários tipos de
ensino de forma a permitir uma franca mobilidade entre eles.
Desta forma, com
alunos motivados resolver-se-ia o problema do insucesso, abandono escolar e sobretudo
da indisciplina que alastra como um cancro pelas nossas salas de aula…
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