Foi
assim de repente, de um modo imprevisível… tive saudade do mar. Era suposto,
nestes dias em que não me convém sair de casa, sentir saudades dos amigos, de
frequentar o ginásio, fazer compras no shopping, conduzir sem destino… Mas foi
do mar que vieram e me assaltaram as saudades…! Tive saudade da brisa fresca
que às vezes abomino, do barulho das ondas do casamento entre céu e mar na
linha do horizonte, da calmaria ou da fúria das ondas que sempre me traz paz,
da cor do céu ao pôr-do-sol… Podia ter sentido saudade de mil coisas e de muita
gente mas foi do mar, imprevisivelmente, que tive saudade… Dizer que foi
imprevisível é força de expressão. Eu sempre tive saudades do mar, basta para
isso que me afaste dele por algum tempo e nem é preciso muito. A propósito, recordo
os anos que vivi em Viseu rodeado de montanhas em que uma ida até ao Porto,
antes do advento da A25, era obra para quase um dia de viagem… Nesse tempo, a
saudade foi crescendo dia após dia até se tornar insuportável o que me fez
abandonar tudo e regressar… ao mar. Amo o mar na medida em que o temo. Jamais
me deixo abraçar totalmente pelas ondas sem nunca me aventurar mar adentro. No
entanto, não posso viver sem ele. E neste jogo do gato e do rato, ou antes, do
mar e da areia, vou vogando à beira mar…
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