Como
certamente desconfiaram através da leitura do meu último post, fui submetido
sábado passado, a uma cirurgia às cataratas. Passadas que foram 24 horas após a
cirurgia, achei ser o momento oportuno para iniciar o relato da minha
experiência. É possível encontrar na Internet variadíssimos relatos da cirurgia
às cataratas mas, na minha opinião, todos eles demasiado científicos e muito
focados na cirurgia em si. Tentarei fazer um relato que descreva sem exageros nem
dramatismo o que se sente antes, durante e depois de uma cirurgia como esta no
intuito de ajudar quem em perspectiva…
Começo
por testemunhar a minha surpresa quando me introduziram numa sala onde já se
encontravam cinco pacientes reclinados em poltronas articuladas. Chamar-lhes
pacientes é o nome mais apropriado pois é preciso muita paciência para estar
ali de olhos fechados (pelo menos um) durante mais de três horas como foi o meu
caso. Pelas conversas que escutei, alguns estavam lá há mais tempo. O tempo de
espera tem tudo a ver com a dilatação da pupila sendo necessário que atinja um
máximo de dilatação para que se possa realizar a cirurgia. Para o efeito, são
aplicadas gotas amiudadas vezes por uma enfermeira que se divide pelos seis
pacientes além de dar entrada a outro sempre que alguém é chamado ao bloco
operatório deixando vago um cadeirão Não invejo a sorte desta enfermeira…
Ao fim
de pouco mais de três horas também eu fui conduzido ao boco operatório onde mudei
para uma maca e me fixaram firmemente a cabeça com fita adesiva… Lá começou a
“maquineta” a destacar o cristalino e a introduzir a lente sem que se sinta
qualquer dor. Sente-se apenas um ligeiro incómodo e só precisámos fixar um
ponto luminoso durante toda a intervenção. Terminada a cirurgia que decorre em
cerca de 15 minutos, passa-se à sala do recobro onde nos dão um chazinho sempre
útil a quem não o tomou em pequeno e que apesar de não me apetecer nada acabei
por tomar para descontrair no percurso até casa. Mais uma vez fiquei
surpreendido por não sentir a mínima dor. Apenas desconforto como o que se
sente quando uma pestana ou um gão de poeira entra para um olho… Deveras
frustrante foi o facto de ver tudo desfocado. Pensava eu que ia ficar a ver nitidamente
depois de colocada a prótese. Felizmente, no dia seguinte, comecei gradualmente
a ter uma acuidade visual muito perto do normal embora tivesse de recorrer aos
velhos óculos para ler. Nada mau.
O mais
aborrecido do pós-operatório já que não se sente dores, são as gotas que têm de
se colocar no olho intervencionado de duas em duas horas… Valha-nos que durante
a noite não se colocam pelo que podemos dormir descansados.
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