Há
dias em que me apetece partir sem destino tal qual quem o não tem… Conduzir sem
rumo certo nem hora de chegada, deixar-me embalar pelo rolar dos pneus na
estrada ao sabor dos pensamentos… Noutros dias, dias de sol de outono,
apetece-me ficar ali sentado, frente ao mar, quieto, calado, simplesmente a olhar, olhar o horizonte sem “ver” nem
ouvir nada nem ninguém… Gritar
com os olhos o que a boca não consente… Ouvir no silêncio palavras não
pronunciadas… Sentir o
corre-corre da gente ao meu redor e saborear o privilégio de não ter pressa nem
hora de partida ou de chegada… O privilégio de deixar o tempo correr e ficar
parado, apenas por instantes, os necessários para os olhos navegarem por esse
mar imenso que se enrola e desenrola perante mim… deixar que os pensamentos se
diluam nesse “mar chão” em dias de calmaria… Há dias em que apetece ficar ali
sentado… sem pressa… sem hora marcada… sem destino…
Há dias
assim…
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