Não tem conta as vezes
que passei por ela, preocupado com ninharias da vida. Ao atravessar a avenida quase
esbarrei com essa figura incontornável que é a menina nua… Nem sempre a vi. Penso
que olhei para ela algumas vezes senão como teria retido a sua imagem? Para
mim, nessa data, não passava de mais uma estátua implantada ali no meio da
avenida.
Há gente assim que o
tempo transforma em estátua perante as quais se passa indiferente sem as ver, autênticas
obras de arte. O ideal seria que se interiorizasse que as estátuas já foram
gente, gente com as mesmas necessidades, os mesmo defeitos e as mesmas
qualidades. Fazem parte da cultura de um país, elas representam uma época. Esta
estátua não é excepção. Representa alguém que já viveu no meio de nós, que teve
um nome e, por fim, faleceu. Não é preciso relatar a vida desta personagem captada
para a posteridade pela mão do artista.
Quantas vezes passei
por esta estátua, olhei-a com olhos apressados sem contudo a ver. A estátua,
qualquer estátua, está ali, imóvel, aguardando que quem passa, repare nela.
Não há ninguém que não
tenha reparado nesta estátua conhecida como “a menina nua” que convida a refrescar-se
quem por ela passa.
Nessa avenida, onde tudo
acontece, sempre que se pretende festejar seja qual for o evento, manifestações,
eventos políticos e desportivos não esquecendo o São João. Ali mesmo, naquela
avenida, é tempo de parar e observar a menina nua que nos contempla do alto do
seu pedestal.
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