É preciso falta de
gosto, alguma coragem e muito descaramento para falar em casas de banho,
principalmente quando se trata da nossa, mas foi esse o tema escolhido. Hoje em
dia, a maior parte das casas possui pelo menos uma divisão destinada a esta
nobre função. Perante a realidade do país, considero-me um privilegiado
(nalguma coisa havia de ser), por várias razões:
1º por ter casa de banho;
2ª por ser de uso exclusivo;
3ª por ser anexa ao quarto de dormir.
Falo de uma casa de
banho privativa e não daquelas casas de banho públicas que raramente frequento.
“Penso nelas como um sítio mágico onde pessoas de todo o mundo se podem juntar,
de forma anónima, para aproveitar o seu momento Zen, de paz e sossego, conversando, filosofando e
partilhando ideias.” Foi o estatuto a que elevei a minha casa de banho. Além
das necessidades fisiológicas ara que é usada, desabafo com ela o meu
descontentamento, teço belas filosofias sobre a vida que levo e lá me refugio
quando sinto necessidade de breves momentos de paz e sossego… tudo em voz baixa,
não vá alguém ouvir.
Noutros momentos, não
tão raros assim, seria bom que existisse ali alguém com quem falar… As casas de
banho têm esse segredo, servem de lugares sagrados que se usam diariamente, acolhem
o mais necessitado de paz e sossego e ouvem pacientemente os todos os
desabafos.
A partir de hoje faço
da minha casa de banho uma silenciosa confidente. É lá que desabafo baixinho,
não vá alguém ouvir…, as venturas, aventuras e desventuras desta vida.
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