Apesar dos inúmeros e
variados elogios, o livro repousa ali ao lado, calmamente, sem produzir o
mínimo ruído. Não deixa de ser estranho encontrar-se ainda ali, sobre a mesinha
de cabeceira de um auto-denominado devorador de livros. A “mania” continua activa
mas a verdade é que o livro, com muita pena minha, não despertou aquela chama
que compete aos livros despertar.
Como já disse, embora
seja já um cliché, um livro é uma janela aberta para o mundo que nos rodeia e ler
é um hábito que se deve conservar e desenvolver por que nos permite descobrir quem
somos e para onde vamos.
No entanto, somos um
povo de poucas leituras e isso vê-se pelos livros que se acumulam nos
escaparates das livrarias. A verdade é que se ganhasse pouco, se tivesse de
acordar cedo para pôr os miúdos na escola, fosse trabalhar e em seguida,
chegasse ao fim do dia cansado para fazer o jantar e pôr as crianças a dormir,
faria do livro aquele mito que não cabe neste cenário.
Não é por uma questão
monetária que o português não lê mas por falta de tempo disponível. A leitura em
si é um ato solitário que exige algum tempo a sós. Um livro não passa afinal de
um conjunto de saberes repleto de vivências que se tenta a todo o custo absorver.
Todos os dias olho para
ele com a mesma falta de coragem para a leitura. Não discordo das inúmeras
vantagens que tem o hábito da leitura que não deve ser descurado através do
qual “o nosso cérebro participa, ordenando ideias, relacionando conceitos e
provocando opiniões.”
Todos os dias olho para
ele e maldigo o tempo que dediquei até agora a esta leitura devido à demasiada
pormenorização o que me leva a concluir que a intenção era acumular folhas e
folhas ao elevado volume que já possui.
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