Gosto
tanto de viajar de avião como detesto a partida e a chegada… Na partida, não gosto da espera para o check-in, a espera para o embarque. Depois não gosto do desconforto ao levantar voo devido à variação da pressão nos ouvidos e ao
medo de que um monstro daqueles não consiga elevar-se no ar contra todas as
leis da gravidade… Detesto a aterragem porque revejo as imagens de aviões que
se despenharam nesta fase do voo e tenho razões de sobra para sentir esse medo
(Ver)… Depois do desembarque, vem aquela espera pela bagagem… Por todos estes
motivos, podia pensar-se que não gosto de viajar de avião, mas não, adoro mesmo
aviões e sobretudo viajar… de avião!
A
incongruência parece ser uma das minhas principais características. Entre o
querer e o não querer, o gostar e o odiar, o ter fé e o não ter, … toda a minha
vida vacilei entre uma e outra opção, entre o ser e o seu oposto. Se me
perguntam se gosto do amarelo (note-se que é a minha cor preferida), apetece-me
sempre dizer: tem dias…
Mas
voltando às viagens de avião. Não é só o desconforto dos trâmites da chegada e
da partida, já admiti que também não me sinto muito confortável na descolagem e
na aterragem. Depois, durante o voo, tudo tranquilo, não se passa nada até ao
momento em que eventualmente surge alguma turbulência… aí, o desconforto,
chama-se medo.
Apesar
do medo, não sou daquelas pessoas que suam frio (como já vi em companheiros de
viagem). Consigo mesmo relaxar e desfrutar da paisagem que se pode observar
através da janela do avião; o casario lá em baixo, os rios, as montanhas como
se de um Google mapa se tratasse…
Apesar
dos atrasos nos voos, alteração das portas de embarque comunicadas através dos alto-falantes
num tom de voz que ninguém consegue entender, do medo da descolagem e da
aterragem, tudo isso é sublimado pelo gosto que tenho em conhecer outros
países, outras cidades, outros povos com novos hábitos de vida,…
Embora
escape ao plano do racional, atrevo-me a dizer que adoro viajar de avião.
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