Ainda
não me habituei, nem sei se algum dia me irei habituar à triste ideia de ser
considerado “idoso”. Depois de uma longa espera para ser atendido na Worten,
descobri que neste estabelecimento os “idosos” têm prioridade no atendimento.
Não tenho por hábito fazer-me valer deste privilégio mas porque a espera era
muita, tirei a senha respectiva e fui prontamente atendido… Que me perdoem as
pessoas com a mesma pressa que aminha e que ultrapassei apenas por ser idoso… Segundo
a OMS, idosas são todas as pessoas com mais de 65 anos de idade em países
desenvolvidos e com mais de 60 anos de idade em países em desenvolvimento.
Ainda bem que nasci num país dito desenvolvido senão já seria idoso há mais
tempo…! Mesmo assim, lá caio eu (sem para-quedas) no grupo etário dos idosos.
Caio mas seja-me permitido discordar do termo “idoso” que, além de me soar a
coitadinho, não passa de uma reles plástica da palavra “velho”. Não vejo por
que recear a palavra “velho”. Assim como passámos, desde que nascemos, pela infância,
adolescência e idade adulta,… e também, para quem tiver a sorte de lá chegar, à
velhice. A idade cronológica é um estereótipo que de modo algum serve para
compartimentar um indivíduo em cada uma dessas fases. Assim como há quem se
demore a sair da infância tal como há gente quem permaneça na juventude além da
idade prevista, também há quem se demore a entrar na velhice. Com efeito, o
prolongamento da expectativa de vida aliada às mudanças que se têm vindo a
verificar no mundo do trabalho, vieram alterar o conceito de “idoso”… Cada vez
mais se verifica que pessoas
com 65 ou mais anos de idade ainda se mantêm ativas (em todos os sentidos),
quer no mundo laboral ou fora dele. Nesse sentido, ainda não me considero
“idoso” apesar da minha idade cronológica. Quando tal acontecer, por favor
chamem-me velho, poupem-me à palavra “idoso.
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