Há
quadros que nos transmitem sensações, despoletam emoções muitas vezes indescritíveis.
Aliás, tem sido esse o objectivo perseguido pela maioria dos pintores desde a
antiguidade até aos tempos modernos. Na verdade todos os quadros originam reacções e nos levam a sentenciar com um “gosto” ou “não gosto”. Esta “sentença”
não é mais do que a exteriorização das emoções/sensações que a pintura nos desperta.
Não
recordo quando nem onde comprei o “quadro” (se assim lhe posso chamar) e que actualmente
se encontra numa das paredes do meu quarto. Obviamente eu sabia que não tinha
ali um original e que se tratava apenas da reprodução de um qualquer quadro
célebre, mas até à data nunca tinha tido a mínima curiosidade em descobrir quem seria o autor. Desde que o comprei, e por isso mesmo, sempre me provocou uma
sensação de proximidade o aspecto profundamente humano em oposição à maioria das
representações da Virgem demasiado divinas, demasiado distantes…. Talvez por esse
motivo, pela tristeza que perpassa no olhar da virgem sempre me seduziu a
observação deste “quadro” e, não sendo um homem de sólida fé, consigo ter com
esta imagem uma relação de proximidade.
Ter
tempo de sobra e ficar “preso” em casa por motivos de saúde, tem destas coisas,
deu-me para descobrir quem teria pintado o original desta obra de uma
simplicidade tão tocante. Confesso a minha decepção ao constatar que o “meu
quadro” é apenas um fragmento do verdadeiro, A Madona Sistina.
O quadro foi pintado por Rafael (Raffaello
Sanzio) em 1512 por
encomenda do Papa Júlio II para homenagear o seu falecido tio, o Papa Sisto
IV. Como se pode ver, a Virgem com o Menino ao colo, conversa
com Santa Bárbara e São Sisto.
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