Porque
hoje é quinta-feira, dia de sorteio da factura da sorte, vou ter aquela
sensação estranha que oscila entre a esperança e angústia. Toda a gente que
participa num concurso o faz com a secreta esperança de vir a ser premiado. Não
nego que tenho a esperança de um dia vir a ser premiado já que me habituei a
exigir o número de contribuinte em quase todas as facturas. Aquela sensação de
angústia tem origem no receio de ser presenteado com aquilo que chamo de
elefante branco (não tem nada a ver com a moda dos automóveis brancos). Este
prémio, para a maioria dos portugueses, não é mais do que um elefante branco, expressão idiomática com origem no antigo Sião. Consta que o Rei oferecia um elefante
branco, animal sagrado, quando queria presentear alguém da sua corte. Esta
oferta que pretendia ser um privilégio e uma recompensa por serviços prestados,
acabava por ser um transtorno devido ao elevado custo que consistia em manter o
animal devidamente alimentado e cuidado. A expressão adequa-se perfeitamente ao prémio atribuído pela “factura da sorte”. A maioria de portugueses,
pensionistas e viúvas,... não têm condições para manter e tratar deste verdadeiro “elefante
branco”…
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