Há dias em que até nós estranhámos
algumas das nossas reacções e comportamentos… Pelo menos ainda acontece surpreender-me embora não com muita frequência… mas acontece. Há dias dei por mim a “ver” alguns
dos livros que herdei do meu padrasto um autodidacta com uma cultura acima da
média. Uma das suas grandes paixões eram os livros que mandava encadernar
cuidadosa e luxuosamente. Por essa vasta e rica biblioteca deambulei durante a
minha juventude, “devorando” livro após livro. Hoje convivo diariamente com alguns
desses livros que herdei sem contudo os “ver”. Sim porque olhar, nem sempre
significa ver. Eles existem ali na estante como se fossem meros bibelôs nas
suas luxuosas encadernações. Isto acontece não por desprezo ou falta de gosto pela leitura mas por já terem sido lidos em
tempos idos. Entre esses livros, os que despertaram a minha atenção foi a obra
completa de Hall Caine* que li ainda muito novo. Talvez na altura não tenha alcançado
totalmente a “mensagem” que cada uma das suas obras encerra. Para tudo há um tempo certo e penso que naquela data o não seria. Decidi-me então reler “O filho pródigo” por ser uma das obras mais emblemáticas
deste escritor.
Há dias em que olhamos com
olhos de ver o que sempre esteve ao nosso lado e que por hábito deixámos de dar valor... É então que nos surpreendemos a descobrir
algo de novo no que pensávamos já não ter novidade nenhuma…
Há dias assim
*Sir. Thomas Henry Hall Caine (1853-1931), foi dramaturgo e novelista,
tendo alguns do seus livros sido adaptados para cinema. Os seus textos
usualmente apresentam um trángulo amoroso, ainda que também não tenha excluído
temáticas de natureza social.
A partir doa anos 60 os
livros traduzidos para português começaram a rarear sendo apenas possível encontrá-los em alfarrabistas por não terem sido feitas novas edições.
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