Se
me perguntassem agora, neste preciso momento, o que mais desejava, hesitaria
entre uma miríade de desejos, uns confessáveis outros, nem por isso…
Começando
pelos confessáveis, como é conveniente, pensei no euromilhões, num cruzeiro tendo
como destino o Brasil ou então pelo Mediterrâneo, um bruto apartamento na Foz
ou em Leça para ver o mar, um jaguar na garagem, …
Pensei em tudo isto.
Pensar não custa. Não concordo em absoluto com este cliché. Geralmente pensar
profundamente em algo pode “custar” e muito na nossa paz interior. Pensar,
tem-me custado conclusões que me têm saído muito caras… Mas isso são outros
pensamentos. O pior é que passo o dia a pensar e a noite… a sonhar! Inevitável
tirar conclusões…
E nesta sequência de
pensamentos fui fazendo uma retrospectiva de tudo que alcancei e dos desejos que
não realizei desde agora até 2001. Este ano representa um marco na minha vida
por isso raramente incluo neste balanço os anos anteriores. Em Janeiro de 2001
dei entrada no serviço de cardiologia do HUC. Nesse dia, de facto, posso dizer
que morri. O meu corpo foi arrefecido a 28 ºC, a circulação do sangue passou a ser
extracorpórea, o meu coração parou para poder ser aberto tendo em vista a
reparação das válvulas mitral e tricúspide. A cirurgia foi realizada com êxito,
recuperei qualidade de vida embora com uma lenta e dolorosa recuperação
pós-operatória. Daí para cá a minha maneira de ver o mundo e de viver mudou
radicalmente. Passei a dar importância a pequenas coisas, a viver intensamente
cada hora, a relacionar-me com os outros de uma forma mais humana. Depois desta
breve retrospectiva, veio-me ao pensamento afinal o que mais desejo. Nem
euromilhões, nem apartamento luxuoso, nem jaguar, nem cruzeiro… O que mais
desejo é saúde para poder viver, aproveitar cada segundo dos meus dias, fazer
as maiores loucuras com gosto, sem dores, em suma, VIVER!
Há dias assim em que reconhecemos o que realmente interessa na vida e distinguimos o que é supérflo.
No dia em que morreste, vi-te morto!
ResponderEliminarEnquanto estavas “morto” a Júlia e eu esperámos horas e horas sem saber nada de ti.
Foi aí que eu compreendi o quanto ela te amava, o que sofria por ti!
Compreendi muitas coisas sobre a Júlia e que nunca lhe disse: como é sensível por baixo daquela couraça de frieza e com protege as suas “crias” do sofrimento.
A Júlia é a Júlia (ponto final!!!)
Beijinhos e olha mais para a maravilhosa mulher que tens
Olga