Quantas
vezes, perante um quadro que nos apaixona, somos tentados a
aproximarmo-nos com a intenção de o “ver” melhor… Quanto mais perto ficámos
mais nos apercebemos de pequenas imperfeições que ao longe não teríamos notado.
Visto ao longe o mesmo quadro causou-nos boa impressão mas quanto mais nos
aproximamos mais ressaltam à vista pequenos pormenores que nos desagradam perdendo-se a harmonia do todo. Para
bem apreciar um quadro ou qualquer obra de arte, há que guardar uma certa
distância que nos permita ver no seu conjunto a beleza das formas, textura e
harmonia das cores...
Com as
pessoas passa-se o mesmo. Demasiada proximidade leva-nos a pormenorizar mais os
defeitos e a perder a harmonia da visão global. Em todas as relações, por
vezes, há que respeitar uma certa distância. Muita proximidade pode sufocar o
outro e enfocar mais os defeitos em detrimento das qualidades gerais. Na minha
opinião, é conveniente um certo distanciamento esporádico qualquer que seja a
relação. Esse distanciamento vai permitir ver o outro no seu todo salientando
tudo que de bom e belo o constitui. Tem ainda uma vantagem suplementar.
Permite-nos saber até que ponto sentimos a sua falta, o quão importante é a
sua companhia, a sua presença na nossa vida.
Se
esse distanciamento não doer, se não sentirmos que nos arrancaram parte do nosso ser,
então não é mais um distanciamento…nesse caso é já um afastamento…
Há
dias assim em que nos distanciamos para deixar respirar o outro… correndo o
risco de ver o distanciamento transformar-se em afastamento.
Pois há!...
ResponderEliminarOlga
Muito obrigado pelo seu trabalho.Penso da mesma forma e por incrível que pareça, já alguns meses que senti isso.
ResponderEliminarHá dias e pessoas assim.
Um abraço ao Prof.
Luz