Contrariamente
desejado a data anda a repetir-se em períodos cada vez mais breves… É uma data
em se que se revê todo o passado e se analisa o futuro. Em tempos que já lá
vão, a data era celebrada com outra alegria. Hoje a alegria cinge-se ao facto de
ter vencido mais um ano.
Recordo
outros aniversários mais antigos em que este jantar não terminava sem uma
declamação magistral de várias poesias.
Agito
a cabeça devagar (conforme me foi recomendado) para afastar estes e outros
pensamentos na vã tentativa de não voltar atrás ao encontro duma realidade que
já foi e que não voltará a ser.
Com
toda a família reunida , ainda nem se falava em pandemia, era assim que se
celebrava o meu aniversário. Então, como que por magia, ainda ecoa na minha
mente a tua voz inconfundível. O poema já muito gasto mas sempre atual, não
podia faltar em qualquer aniversário:
Com que então caiu na asneira de fazer na quinta-feira
setenta e três anos! Que tolo! Ainda se os desfizesse... Mas fazê-los não
parece de quem tem muito miolo!
Não sei quem foi que me disse que fez a mesma tolice aqui
o ano passado... Agora o que vem, aposto, como lhe tomou o gosto, que faz o
mesmo? Coitado!
Sem comentários:
Enviar um comentário