Só com muito boa vontade podia dizer-se que era uma beleza porque de
facto nunca foi. Com aquele cabelo revolto com uma madeixa esverdeada jamais se
enquadrava no modelo clássico da beleza feminina. Em tempos, ainda me recordo, cantava
uma canção desconhecida numa língua estranha… Felizmente perdeu a “voz” não por
falta de pilha, mas por uma avaria qualquer não identificada.
Não posso deixar de referir o mau gosto daquela roupinha com que a
vestiram num estilo punk totalmente fora de moda.
Apesar daquele aspeto um tanto ambíguo, era a boneca preferida da pequenita
embora não fossem as bonecas o seu brinquedo preferido.
Para dizer a verdade, nunca achei muita graça aquela boneca considerando
que não devia grande coisa à beleza de acordo com o conceito então em vigor e que
em tempos oferecemos à nossa filha. É claro que não é possível corresponder
totalmente a qualquer conceito de beleza mas, de qualquer modo, impõe-se um
certo sentido estético que não se deve ignorar. Evidentemente que ninguém se
fez além de que, desde tenra idade, fomos treinados para ajuizar a beleza segundo
um determinado esses conceito…
Como dizia Einstein no seu tempo, “Todas as pessoas são génios. No
entanto, se avaliarmos um peixe através da sua habilidade em escalar árvores,
ele vai passar o resto da vida convencido de que é um idiota.” Tudo depende do
modelo de comparação.
Tendo em vista rentabilizar todas as potencialidades que nos foram dadas
à nascença, é fundamental deixar de lado comparações. Cada um é como é e, com este
“material”, constrói-se a personalidade de cada indivíduo.
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