Não será um exagero dizer
que passámos a vida à espera o que torna incompreensível a revolta que se
apodera de quem espera… Afinal espera-se durante nove meses para nascer, espera-se
(in)pacientemente por aquele brinquedo
tão desejado, espera-se crescer rapidamente para frequentar os locais até então
proibidos, espera-se que acabe depressa o bendito curso para ir trabalhar
e ser independente, mais tarde, espera-se o final do dia de trabalho e finalmente
que cheguem as férias,…
O tempo passa e a espera
continua, seja daquele amor especial, da
primeira casa,
do primeiro filho, do carro que há muito se deseja, … e, ao mesmo tempo, espera-se
que faça bom tempo!
Enfim, não é exagero
afirmar que a vida se resume a uma longa espera, isto é, passámos a vida à
espera de Godot como tão bem escreveu Beckett, mesmo desconhecendo a identidade
desse misterioso personagem. Desconfio que o autor desconhecia de todo a
identidade desse personagem embora actualmente muitos teimem em identifica-lo
com Deus… Para quem não sabe, nessa peça dois personagens aguardam alguém que nunca
chega, levando-nos a concluir que não interessa o tempo que se espera mas o que
acontece enquanto se espera…
Talvez seja essa a
lição a tirar. Não ficar angustiado por estar à espera seja do que for e
“viver” aproveitar o que a vida nos dá até que chegue o dia em que não é mais
preciso esperar…
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