Não foi por acaso que me
tornei no que se pode chamar um “escritor” compulsivo. O gosto pela escrita não
surgiu assim do nada, é preciso despertar essa necessidade quase a raiar um
vício. Escrever ajuda a encontrar soluções para os problemas que surgem no
dia-a-dia e a compreender as emoções e comportamentos das outras pessoas.
Recordo com saudade a
minha professora de Português. Era uma professora nova na escola e na idade.
Devia ser recém-formada, de baixa estatura, cabelo muito encaracolado e com a
sua inseparável mala castanha que depositava ao lado dela. Ali estava ela
perante uma turma expectante do comportamento da professora… Era notória a sua insegurança
perante os alunos mas a ela se deve a responsabilidade do meu gosto pela
escrita. O tempo foi passando e a professora foi-se afirmando perante a turma. Durante
as aulas a professora lia as melhores composições das quais se destacava a
minha e, não raras vezes, emocionava-se no decorrer da leitura. Recordo-a como uma
ótima profissional. Incentivava nos alunos o gosto pela leitura e escrita recorrendo
geralmente ao trabalho de casa sobre os mais variados temas. No final do ano, graças
a essa professora, fui surpreendido com uma subida ao palco sendo distinguido
pelo bom comportamento e aproveitamento escolar. Parco em palavras, ninguém saberia
do facto não fora o meu saudoso irmão frequentar a mesma escola e ter relatado
o facto à hora do jantar. Ninguém me deu os parabéns nem elogiou este grandioso
feito. Limitaram-se a ouvir o relato sem comentar. Afinal era essa a minha
obrigação…
Rendo homenagem a essa
grande Profissional do Ensino que deste modo conseguiu desenvolver e cultivar
nos seus alunos o saudável gosto pela leitura e pela escrita.
Sem comentários:
Enviar um comentário