Desde o principio do mundo que tem sido assim.
Tudo que se proíbe aguça mais o desejo de experimentar. Segundo as
Escrituras, já no jardim do Éden o ser humano, personificado por Eva, provou
e repartiu o fruto proibido, exactamente por ser proibido. Está provado que dizer
a uma criança para não fazer determinada coisa, é quando ela o faz mais
depressa…
Numa visita que fiz ao palácio de Sanssouci em Berlim
(Ver neste blog) fiquei admirado ao ver sobre a lápide de Frederico II, em vez de flores,
batatas. Na altura, por ignorância, pensei tratar-se de uma brincadeira de mau
gosto que revelava mesmo falta de respeito pelo imperador. A explicação veio em
seguida esclarecer a minha admiração. A batata, vinda da América do Sul donde era
originária, chegou a Espanha como alimento. O resto da Europa não teve a mesma
atitude. O seu cultivo chegou mesmo a ser proibido, por se pensar que causava a
lepra. Graças a Frederico II que mandou publicar um edital ordenando o seu cultivo
obrigatório, sob pena de morte para quem desobedecesse. Perante a recusa da
maioria dos camponeses, Frederico II teve a esperteza de mudar de estratégia, declarou
que a batata fosse de uso exclusivo da realeza e proibida aos camponeses. O resultado
foi que a batata se converteu num alimento proibido e por isso muito desejado…
Os camponeses roubaram, cultivaram e degustaram assim o “fruto proibido”…
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