Muitas vezes confundidas, obrigação e devoção
pouco têm de comum. Pelas suas características, obrigação difere em parte da
devoção. Quantas coisas se fazem por obrigação na esperança de que um dia, de
uma maneira ou doutra, vão deixar de fazer-se? A devoção, pelo contrário, pode acompanhar,
lado a lado, toda uma vida quando não termina abruptamente nalgum momento.
É verdade que muitas vezes, com o correr dos
anos, a devoção pode tornar-se uma obrigação. Nesse caso, repetem-se palavras
que há muito perderam o sentido que lhe deram origem e que teimosamente se
repetem na esperança de um milagre que nunca vem.
Agora apercebo-me do uso e abuso de provérbios que
ingenuamente eram repetidos sobre tudo e todos. Por muito repetido ainda soa
nos meus ouvidos o ditado popular “Primeiro a obrigação, depois a devoção” se
bem que com uma certa inversão de valores que hoje acho normal…
O povo, que os inventou, lá sabe porquê… quando
sabe ou quando a vida na sua louca correria, não os ultrapassou tornando-os
desactualizados.
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