A parte
o enorme cansaço que me causa, lá fui vestindo a farda de quem vai frequentar mais
uma sessão de qualquer coisa. Como vem sendo hábito, à medida que esta tarefa ia
evoluindo, repetia para mim que, aconteça o que acontecer, desta vez não vou chorar.
Grande parte da minha vida tem sido
dedicada a tentar não chorar diante das pessoas que me amam. Quem o diz não
sou eu, mas traduz perfeitamente o que penso. Por mais que se repita que não se
vai chorar, acaba-se por engolir em seco, olhar a pessoa que nos ama e sorrir
…. Que mais nos resta senão sorrir, além de comer e dormir? Com efeito, aguardo
a noite como quem espera um analgésico que lhe tarda. É que durante o sono não
penso.
Não posso
falar de insónia porque adormeço pela manhã, mas como o sono é entrecortado por
longos períodos de vigília, posso afirmar que foi mais uma noite mal dormida.
Desde o meu internamento, deixei de saber o que é dormir bem. Aliás muita coisa
mudou de lá para cá…
Para variar,
há várias noites que acordo por volta das três da manhã. Por mais voltas e
variadas tentativas, torna-se impossível voltar a adormecer. Acabo por ficar
ali sentado à espera do pequeno-almoço, sem choro nem lágrimas.
Dizem
que chorar, além de uma manifestação de tristeza faz bem à saúde. Com efeito, as
lágrimas, além de libertarem certas hormonas que funcionam como analgésicos
naturais, contribuem para eliminar do organismo determinadas toxinas que, caso
contrário, dão origem ao chamado stress.
Resta-me
essa consolação…
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