Há dias
em que penso… agora penso, é claro que antes não pensava. Penso que afinal, gostava de ser quem era.
Gostava do simples facto de me levantar da cama e ser senhor dos meus passos,
daquela vidinha sensaborona que não me levava a lado algum, do mar sempre ali
para me ouvir e desfrutar. Gostava afinal de tudo o que fui e que agora, em
vão, pretendo ser… Todos os dias busco no passado e não me encontro mais.
Não sou
muito dado ao fado nem tampouco a fadistas, mas sempre me recordo da letra, “Gostava
de Ser Quem Era”. Aquela voz que, num misto de natureza e de mar, contava mil
segredos numa palavra só.
Quem me
dera encontrar ainda toda a primavera naquelas flores que profusamente
atapetavam o largo inteiro…
Há dias
que me lembro de velhos fados, velhas letras, velhas flores (amarelas) que
sempre busco nas letras dos fados que ouço…
Há dias
assim.
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