Não sei
quem és e nem me preocupa não saber. Sei que já decorreram uns bons dez minutos
e ainda não paraste de falar e só por isso, eu te agradeço. Não sei
concretamente o que dizes, mas também não me interessa. Já falaste do chefe do
trabalho, do tempo que faz, dos miúdos que estão na escola e sei lá quantos
outros assuntos mais. Mas também não interessa que outros temas abordaste nesse
falar só por falar que me impede de pensar. Só por esse motivo manifesto a
minha gratidão. É que pensar também cansa! Tanta verborreia consegue
bloquear-me o pensamento sobre o que é ou poderia ser, que outra companhia poderá
ser, porquê eu, qual a razão desta ou daquela atitude, … Todas estas questões que
habitualmente me martelam constantemente o pensamento acabam por me deixar exausto.
É que pensar, também cansa! Por isso, a minha gratidão por não me deixares
pensar. Nunca saberás como foi benéfico ouvir o relato das tuas banalidades, dos
teus pequenos problemas que fizeram toda a diferença.
- Vai
chover até à próxima semana. Sentenciavas com a certeza adquirida não sei como
nem onde. Isso também não importa, o importante é que não consigo pensar com
tanta conversa na mesa ao lado. É que pensar, também cansa. E mais do que
pensar, cansa sentir o que se pensa…
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