O
que ontem era considerado como verdade, hoje pode ser uma mentira. Isto
acontece não por pura leviandade ou até inconsciência. Na verdade, a ciência
está em constante evolução levando a que muitas teorias sejam ultrapassadas por
novas teorias. Temos disso exemplo em diferentes aspectos da vida
social, desde a política até à alimentação. E é sobre este último tema que me
vou debruçar. Temos vindo a assistir em todos os noticiários à polémica causada
pelo relatório da OMS que alerta para a possibilidade do consumo (exagerado) de
carne processada provocar cancro. De certo modo surpreendeu-me a declaração em
si e a polémica que provocou. É já de muitos anos atrás o meu conhecimento
deste facto e, como professor de Ciências da Natureza, alertava os alunos para
este facto. Mas a ciência é assim e a cada dia se fazem novas descobertas ou se
corroboram as já existentes.
Quem não se lembra da surpresa que causou há cerca
de 30 anos a descoberta de que peixes gordos como a sardinha, carapau, salmão,
etc. eram prejudiciais à saúde precisamente devido à gordura… Mais tarde se
veio a descobrir que a gordura destes
peixes é excelente e benéfica para a saúde. A seguir, vieram os ovos para a
lista negra devido ao elevado teor em colesterol sendo desaconselhados devido
ao risco de provocarem doenças cardiovasculares. Dados científicos mais
recentes vieram mostrar que o colesterol dos ovos não provoca o aumento dos
níveis do colesterol na corrente sanguínea. Além disso, as proteínas dos ovos
são essenciais a uma dieta saudável se consumidos três vezes por semana no
máximo…
Também o azeite foi alvo de
exclusão na nossa alimentação por ser uma gordura até que os cientistas descobriram
que afinal os benefícios cardiovasculares desta gordura. A única restrição ao
uso do azeite tem a ver com os fritos, isto porque este alimento tem um ponto
de ebulição muito baixo tendo como consequência a produção de pequenas
quantidades de produtos cancerígenos.
E a lista de alimento
considerados prejudiciais à nossa alimentação e que afinal se veio a descobrir
serem benéficos ameaça não ter fim. Já assim aconteceu com o leite gordo, o
chocolate, café, …
O facto de estes alimentos
terem vindo a ser reabilitados., isso não significa que se consumam todos os
dias e em grandes quantidades. A regra de ouro na alimentação é a moderação no
consumo de todos os alimentos. Como diz um antigo provérbio português, “tudo
que é demais, é moléstia”.
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