Não é
a primeira vez que me acontece uma destas epifanias que me fazem perspectivar a
vida, factos e acontecimentos de um ângulo totalmente inesperado. Uma notícia divulgada
ontem no noticiário da RTP (Ler aqui) sobre a condenação de um homem (mais um) que
matou a mulher à facada, fez-me reflectir sobre os motivos que possam
justificar um acto destes. Sempre me custou compreender o sentimento que leva um homem (ou mulher) a matar o
companheiro que decidiu terminar a relação. Justificar com o ciúme um ato de
violência que só pode ser fruto de uma qualquer patologia mental, é confundir ciúme
com o que não passa de um
puro sentimento de rejeição. Quem nunca experimentou em alguma ocasião este
sentimento? E não se pense que o sentimento de rejeição se aplica apenas aos
relacionamentos amorosos… Quem nunca se sentiu preterido (ou traído) devido a
um sorriso, a um olhar, a uma conversa mais animada,… Não é nada agradável ser posto de lado pelos amigos relativamente a um
programa ou ser excluído de uma conversa embora isso aconteça a toda a gente e
não raras vezes ao longo da vida. É ponto
assente que ninguém gosta de ser
rejeitado embora se consiga de uma maneira ou de outra, gerir este sentimento.
Contudo há pessoas que têm maior dificuldade em lidar com o sentimento de
rejeição e consequentemente daí resultam as depressões e estados patológicos de
ansiedade. Ser rejeitado faz com que não se sinta amado, é
ser posto de lado, é ser descriminado o que constitui motivo de humilhação
perante a sociedade. Basicamente
é este o principal motivo que leva indivíduos com mentes mais
fragilizadas ou doentias a cometer estes homicídios.
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