Não sou avesso à mudança por isso não recuso à
partida novas ideias desde que derivem ou contribuam para a evolução natural
das coisas. Contudo há costumes e princípios aos quais me mantenho fiel. Atrevo-me
a afirmar que sou um homem fiel aos meus princípios, familiares, amizades...
Dou-me mal com a mentira daí que lido mal com infidelidade. Dentro destes
pressupostos, sempre que vamos à casa da praia e por mais que tenhamos a
intenção de variar, acabamos sempre por almoçar no mesmo restaurante – O Lima.
Aí somos recebidos mais como amigos do que como clientes. Digamos que tínhamos
já uma relação de amizade com o dono e com os empregados já que todos eram
familiares.
Este fim-de-semana, como de costume,
dirigi-me ao parque de estacionamento do restaurante e logo estranhei a
ausência de viaturas além dos estores todos corridos… Numa das montras
destacava-se o aviso da missa do sétimo dia por baixo da fotografia do dono do
restaurante. Escusado será dizer que ficámos em estado de choque. Ainda na
semana passada tínhamos almoçado lá e como sempre conversámos com o dono que
nos pareceu de perfeita saúde. Não sei qual a causa da morte… mas ela ali
estava como a lembrar que tudo pode e só ela decide quanto tempo mais nos é
permitido permanecer nesta nossa vidinha de todos os dias. Para quê então
aquelas quezílias por coisas tão mesquinhas em que nos deixámos envolver…? Mas
claro, todos temos consciência dessa inutilidade mas só nos lembrámos quando
confrontados com a presença da morte…
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