Até há relativamente pouco tempo, considerava-me um mau
conversador. Quer pela minha timidez, quer por falta de assunto que eu achasse
relevante, reduzia-me a um mutismo irritante mais para mim (vim a descobrir) do
que para o meu interlocutor. Nesse tempo e talvez como a maioria das pessoas,
pensava que ser bom conversador se traduzia por falar fluentemente e de uma forma interessante sobre
diferentes assuntos. Se a esta arte juntarmos um bom sentido de humor e uma
habilidade nata para contar histórias, isso seria a cereja em cima do bolo.
O que me levou a alterar o conceito do bom conversador foi
seguramente, ter conhecido uma daquelas pessoas com quem é possível conversar durante
largos períodos de tempo sem ficar aborrecido ou sem assunto. Passei a considerar muito mais
importante ouvir atentamente, do que procurar expor as minhas próprias ideias
de uma forma brilhante e eloquente. Por alguma razão temos duas orelhas e uma
só boca…
A arte de bem conversar resume-se
afinal à capacidade de colocar questões e ouvir atentamente as respostas do
nosso interlocutor.
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