Esta semana fui agradavelmente surpreendido com
a notícia de que um pequeno grupo de sobreviventes da Segunda Guerra Mundial está
de visita a Cabanas de Viriato, à casa do Passal numa homenagem a Aristides de
Sousa Mendes, o cônsul de Portugal em Bordéus. Quando deflagrou a Segunda Guerra Mundial, Salazar quis manter
o nosso país na neutralidade. Com esse
intuito, deu ordem a todos os cônsules portugueses para recusarem conferir vistos, principalmente a judeus expulsos do seu país de
origem ou do país de onde são cidadãos". Com o avanço das tropas nazis
sobre Paris, milhares de refugiados dirigiram-se
ao nosso consulado em Bordéus para obterem um visto de entrada em Portugal ou nos
Estados Unidos. Contrariando as ordens de Salazar, Aristides de Sousa Mendes
concede visto a todos os que o pedissem:
"A
partir de agora, darei vistos a toda a gente, já não há nacionalidades, raça ou
religião".
De regresso a Portugal por ordem de Salazar em Julho de
1940, Aristides,
foi privado das suas funções por um ano, o seu salário foi reduzido a metade e por fim, reformando
compulsivamente. Para cumulo, ainda lhe é retirado o direito de exercer a sua profissão
como advogado. Este
grande Homem que salvou mais de 30 mil
pessoas aos passar-lhes vistos acabou os seus dias na miséria sobrevivendo à graças à
solidariedade da comunidade judaica de Lisboa.
Segundo consta, Aristides de Sousa Mendes faleceu
muito pobre, a 3 de Abril de 1954, no hospital dos franciscanos em Lisboa. Foi
enterrado com um hábito franciscano por não ter um fato próprio…
Por isso me indigna e entristece que apenas um pequeno
grupo de sobreviventes tenham vindo homenageá-lo e mais me entristece o estado
de degradação da casa do Passal. Um país que subsidia tantas fundações sem
qualquer utilidade pública, não faria nada de mais em ter já subsidiado a recuperado
desta casa e a transformasse num museu como homenagem ao Homem a quem tantos
devem…
É neste estado de degradação que se encontra a casa do Passal
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