Em criança, talvez como a maioria
das crianças, também tive tios e tias… Recordo com nostálgica saudade a minha
tia Rosa… meia louca super divertida na sua sã loucura… Adorava aquela tia que
habitava um casarão em plena cidade do Porto mas com um grande quintal onde
criava galinhas e coelhos. Cozinheira exímia brindou-me com as mais saborosas
refeições que até hoje tive o prazer de degustar…
Nesse tempo, “tio e tia” eram apenas
os irmãos dos nossos pais. Hoje em dia, os verdadeiros tios e tias, são
tratados pelo nome, enquanto os conhecidos e amigos, muitas vezes, assumem esse
falso parentesco.
Esta moda dos “tios e tias”
originária de Cascais estendeu-se a quase todo o litoral norte, fazendo já
parte do léxico das gentes que sazonalmente frequentam essas praias. Mas nem só gente
fina ou armada em fina é que faz uso deste tratamento de "tios" e
"tias". Não há adulto ou adolescente que nunca tenha sido
apelidado de tio por uma criança pedindo qualquer género de informação. Basicamente,
«os "tios" e as "tias" nunca são mais novos do que os respectivos pais. Nessas circunstâncias, nunca
contesto o tratamento e assumo o “parentesco”.
Entre este tratamento e a vulgariza palavra "você"
prefiro seguramente o tratamento de “tio”.
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