Não posso concordar,
mesmo na situação de professor aposentado, com a greve agendada para a época dos exames.
Não concordo na medida em que os únicos prejudicados são os alunos e
respectivos encarregados de educação. Para o Governo, são uns milhares de euros
que “mete ao bolso” ao descontar um dia de vencimento bem como o subsídio de
refeição a cada um dos grevistas.
Não questiono os
motivos nem a razão que assiste aos professores para fazerem greve mas reconheço
que infelizmente ela não levará a uma mudança de atitude da parte do governo.
Soube-se agora que cada
reformado já perdeu, nos últimos três anos, cerca de 730 € da sua reforma. Como
reformado, sem hipótese de fazer greve, sinto a mesma revolta que os meus
colegas no activo. Contudo, não posso concordar com proposta de greve aos
exames.
Não foi levianamente
que decidi reformar-me. Gostava da profissão e penso que fui um bom
profissional a vários níveis. Desempenhei quase todos os cargos possíveis numa
escola, raramente faltei e só por motivo de doença devidamente comprovada mas
já estava cansado do funcionamento do Sistema de Ensino. Não há incentivos para
se tornar um bom profissional. O sistema de avaliação dos professores é uma
fraude reconhecendo mérito a quem não o tem e deixando para trás muitas vezes
os mais competentes. Neste sistema, é indiferente trabalhar bem ou mal, faltar
muito ou nunca… Pelo contrário, quanto mais competente um professor se mostra,
mais trabalho lhe dão, e no final pagam o mesmo a todos. Esta situação é
revoltante daí não concordar com o sistema de avaliação tal como se define
actualmente. A avaliação devia ter em conta o trabalho desempenhado e ser concretizada
por uma entidade superior e externa à escola. Nunca uma avaliação entre pares
poderá ser justa. Há sempre o medo do melindre do colega que está a ser
avaliado.
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