Agora
que tanto se fala no Catar (à
portuguesa) e na polémica que envolve a sua construção e acessos ao
estádio, os costumes do país que colidem com o que se considera a liberdade
democrática, é natural falar na obra de Eça, também
muito atual e polémica por chocar, tanto a Igreja Romana Católica, como com a
sociedade da época.
Para
quem não conhece e não acredito que poucos não conheçam, a obra gira à volta de
um pároco que foi substituir o anterior que faleceu. Embora tenha sido acolhido
por uma das famílias mais abastadas da cidade, acabou por se instalar na pensão
da Dona Joaneira cuja filha, amante de D. Dionísio, o padre Amaro acaba por se
envolver sexualmente com Amélia.
Na
época da publicação do romance a obra e o autor receberam duras críticas por abordarem
o problema da sexualidade além de quase defenderem o egoísmo do padre Amaro que,
por sua vez bacila na sua fé e questiona o celibato eclesiástico,… É preciso que
se diga que, após a publicação, Eça foi perseguido pela Igreja Católica.
O
romance, mostra a hipocrisia e corrupção dos membros do clero e a sociedade
provinciana e burguesa daquela época.
Eça
demonstra com esta obra que o ser humano é fruto do meio em que vive e que, inevitavelmente,
o molda para a vida toda. Pelo teor social e político, a obra foi classificada demasiado
realista…
Sem comentários:
Enviar um comentário