Viver
numa pequena cidade tem algumas vantagens e muitos inconvenientes. Fruto de uma
grande cidade como o Porto, não podia deixar de gostar desta cidade da qual
guardo recordações e muita saudade. Gostava da lentidão com que passavam os
dias, da sensação de solidão apesar de estar rodeado de muita gente, de passear
pelos jardins em pleno centro da cidade que me ofereciam hospitais e cinemas ao
virar da esquina. Habituado com esta realidade não estranhei mudar para a
periferia que me permitiu avaliar as vantagens e inconvenientes de viver entre
duas grandes cidades…
Apesar
dessa mudança forçada, a vista ainda alcançava o mar, as inúmeras praias e
aquela sensação de liberdade soprada pelo vento e sobretudo a calma que aqui se
respira… Estas e outras sensações foram interrompidas no dia em que se celebrou
um qualquer feriado nacional e mais tarde um municipal. Obviamente toda a
cidade parou, as ruas ficaram desertas, as lojas fecharam-se e o silêncio tomou
conta de cada recanto. Passada a primeira reação assaltou-me o pensamento, e se
for preciso de algum serviço de saúde?
A
resposta mais obvia seria, “Tudo se resolve apesar do feriado”. Viver numa
cidade pequena não significa viver uma vida menor. Aprende-se a gostar da calma
e do silêncio que reina por aqui e além, do mar ali tão perto, a dar mais valor
à saúde, à paz, à lentidão do tempo, fatores que se vão perdendo à medida que a
cidade cresce.
Sem comentários:
Enviar um comentário