Era uma senhora muito prendada,
especialmente vocacionada para os ditados populares que citava a propósito de qualquer
coisa e que inventava caso não existissem. Crescer no seio deste ambiente
familiar, era inevitável que herdasse algumas das suas inúmeras “qualidades”.
Estou consciente do
quanto pode ser irritante conviver com um citador de adágios populares, por
isso, embora me visitem frequentemente, nem sempre os verbalizo. O gosto por
adágios parece ser uma das características do povo português, não admira portanto
que recorra a eles amiudadas vezes!
Surpreendeu-me ouvir
alguém citar um adágio popular “O que os olhos não veem o coração não sente” durante
uma conversava, sorri por simpatia como quem concorda mas não podia estar mais
em desacordo. Quando há uma forte e constante ligação entre dois seres, principalmente
entre mãe e filho, é normal que a mãe se aperceba do mal que se aproxima do sangue
do seu sangue. Só quem já sentiu aquela angústia repentina, aquele mal estar que
aparece de repente sem qualquer explicação, compreende essa estranha sensação
que antecede algo de muito grave que está para acontecer ou já aconteceu…
Os olhos podem não ver
mas o coração sente (ou pressente) … não reste a mínima dúvida!
Sem comentários:
Enviar um comentário