Uma das razões para ficar próximo do mar é o constante
apelo que ele exerce sobre a quase totalidade dos mortais. Seja por esta ou por
qualquer outra razão a certa altura, olhando as montanhas em redor, “escuta-se”
muito baixinho a voz do mar que aguarda uma resposta imediata a seu apelo e,
contra tudo e contra todos, segue-se inconscientemente rumo ao mar…
Perdido na contemplação desse mar, uma frase persiste
em esvoaçar sobre a cabeça por mais que se tente afastar: Há mar e mar, há ir e voltar…
Por demais conhecida, a frase acabou por ficar
no ouvido de toda a gente talvez devido à musicalidade da sua rima. Ainda hoje é
muito utilizada a propósito de tudo e de nada desconhecendo muita gente a sua
autoria. O poeta Alexandre O’Neill que a inventou, nunca imaginou que viesse a
granjear tanto sucesso. Esta frase fazia parte de uma campanha de prevenção
contra acidentes fatídicos nas nossas praias. Mais tarde passou a ser usada
para ilustrar qualquer situação sempre na mira de alertar os mais incautos para
os perigos que o mar, parecendo pacífico, pode esconder relembrando que o
sucesso de todas as idas depende de um feliz regresso.
Trata-se de um exemplo concreto de como uma simples
frase consegue atravessar gerações e conceitos para os quais foi criada.
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