De
repente apercebi-me da impossibilidade de voltar a pintar. Aconteceu quando
observava esta mão, que por ser a direita, estava destinada às tarefas mais
ousadas do dia-a-dia. Agora que declarou independência só faz o que lhe
apetece.
Evidentemente
que me recordo dos artistas que pintam com o pé ou com a boca o que considero
difícil e para quem vai toda a minha admiração. Mas não é caso, não penso vir a
pintar com o pé e muito menos com a boca. Contudo, uma coisa a vida me ensinou,
nunca digas desta água não beberei…
Tenho
que agradecer conservar a mão que muitos gostariam de conservar, mesmo sendo independente
da vontade. De momento, tenho uma mão preguiçosa, diria sem exageros que é uma
mão do contra. Quando digo que vá para a direita, ela vai para a esquerda , independentemente
da política, convém esclarecer. Em abono da verdade tenho que reconhecer que já
ajuda muito embora de vez em quando faça aquilo que lhe apetece fazer,
principalmente no que diz respeito a bater em mim… É uma mão que não comando mas
quem sou eu para comandar seja o que for?
De
momento, não estou a pensar dar-lhe um pincel para a mão, ainda por cima a mão direita!
Mas quem sabe, a obra prima que daí resultaria?
Seja
como for, não me arrependo de ter iniciado já a oferta de duas jarras que
pintei para o quarto dos netos. Agora só falta oferecer aos amigos alguma
obra-prima. Não é que não tenha já andado a procurar pela casa.. O que resta
está tão danificado (pelos dentinhos afiados dos filhos) que me falta a coragem
para oferecer.
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