Não
deixa de ser engraçado, se alguma graça existe em comparar o que se vê com o
que se viu “antes”. Se não existir graça, pelo menos não deixa de ser curioso entrar
num consultório e ver a cara de espanto e surpresa quando se deparam com a
bengala e o andar periclitante. Perdem a voz, o maxilar pende-lhe sobre o peito
e nenhum gesto se aproxima…. Ali permanecemos impotentes à mercê da piedade alheia.
Ainda
que se ignore a respectiva postura corporal, é impossível não registar as
palavras sem nexo balbuciadas tais como, “que chatice”. Nesse preciso momento, é
que me sinto na obrigação de repetir o velho ditado, quem me viu e quem me vê …
Olho um
passado ainda recente onde, cheio de vida, vejo com um certo desprezo as limitações
dos outros. Tanta incompreensão, senão desprezo, só pode ser fruto da
facilidade com que me deslocava em qualquer espaço. Hoje, tudo é diferente.
Na
verdade, quem me viu e quem me vê…!
É
natural que não acredite no que está a ver. Não há dúvidas que estou diferente,
…
É altura de assumir essa diferença.
É altura de assumir essa diferença.
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