As dezasseis
horas aproximavam-se vertiginosamente do relógio da sala e principalmente, do
meu estômago. Podia dizer-se que todo o meu ser retinia com fome. Tinha fome. E,
porque tinha fome, dirigi-me à cozinha, zona onde logicamente encontraria algo
para comer.
Antes de
partir, deixou pão de regueifa, bola de carne (fiambre), frutos secos (mais
propriamente amendoins), néctar de fruta sobre o balcão e bananas na fruteira. Foi
aí que me apercebi que nada tinha o mesmo sabor. Os amendoins não sabiam ao
mesmo nem o pão, nem tudo o resto. Enfim, nada tinha o mesmo sabor.
Estudos
recentes mostraram que afinal as pessoas sentem mais através dos diferentes receptores
que têm no nariz do que com as glândulas gustativas! Admitindo como a premissa como verdadeira, o sabor dos alimentos depende da experiência anterior que se
tem, da crença religiosa, da herança genética ou até da cultura do indivíduo o
que significa que cada indivíduo reage de maneira diferente a um mesmo estímulo
gustativo.
Fiquei ali
a admirar o pão de regueifa, os frutos secos, a bola de carne, a banana e os
néctares de fruta ao mesmo tempo que pensava no respectivo sabor. As coisas pareciam
ter adquirido outros sabores! A coisa piora quando se está habituado a um
determinado sabor e depois sai outro…
Há dias
em que mais vale procurar os sabores perdidos de um passado que não volta.
Há dias
assim.
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