O mar
tem destas coisas. Ou se ama ou se odeia. Estranha é a relação que mantenho com
o mar. Fico pelo amor não correspondido ou mal compreendido.
Quantas
vezes fiquei ali, junto às ondas, escutando o ruído que elas fazem ao espraiam-se
na areia molhada! Quantas vezes caminhei ao longo da praia apreciando a imensidão
do oceano, sem parar um momento para “escutar” o que o mar tinha para me dizer.
Foram
inúmeras as vezes em que ouvi o mar com ouvidos de gente crescida, de homem
feito e não com os ouvidos pouco ou nada poluídos de criança! O mar tem uma
forma muito especial de falar. Não se escuta com ouvidos de gente, mas com os
ouvidos da alma. Os mesmos ouvidos que embora confundidos com emoções dizem
aquelas coisas que preferíamos não ouvir…
Tudo corria
normal, só que nesse dia parei. Parei por que estava cansado de fingir-me forte,
por que o caminho acabava ali ou por que sim, parei. Ali sentado, de frente
para o mar, olhos nos olhos, rezei. Desta vez, não existia nada nem ninguém
para escutar, apenas eu, o mar e aquela oração que jamais repetirei.
O mar
tem destas coisas, quer pelas suas lendas ou magias, faz-nos rezar.
Há dias
assim.
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