É recorrente
dizer-se que o povo tem memória curta, por isso nunca é demais relembrar que já
em Agosto de 1983, o Governo do Bloco Central PS-PSD, foi forçado a assinar um
memorando de entendimento com o Fundo Monetário Internacional com a consequente
subida dos impostos, desvalorização da moeda, congelamento do crédito e
salários, o aumento do desemprego…. Convém não esquecer que nessa altura, o primeiro-ministro
era Mário Soares.
A crise que travessamos
actualmente é em tudo idêntica à de 1983, contudo pasme-se com a consonância
das declarações de Mário Soares com o tempo que agora vivemos! Quer se goste ou
não de Mário Soares, uma qualidade tem que se lhe reconhecer: ele mantém-se
sempre actual na sua linha de pensamento… Senão vejamos:
A propósito das medidas de
austeridade, Mário Soares declarava ao DN, a 27 de Maio de 1984: Os problemas económicos em Portugal são fáceis de explicar e a única coisa a fazer é apertar o cinto.
A 1 de Junho dizia à RTP Portugal habituara-se
a viver, demasiado tempo, acima dos seus meios e recursos…!
Acerca do desemprego, declarava: “isso é uma questão das empresas e não do Estado. Isso é uma
questão que faz parte do livre jogo das empresas e dos trabalhadores (…). O Estado só deve
garantir o subsídio de desemprego. O que sucede é que
uma empresa quando entra em falência… deve pura e simplesmente falir. (…) Só uma concepção estatal e colectivista da sociedade é que
atribui ao Estado essa responsabilidado. JN, 28 de Abril de
1984
Como solução para a crise, a 6 de
Dezembro, declarava na 1.ª página do JN: Pedi que com imaginação e capacidade criadora o Ministério das
Finanças criasse um novo tipo de receitas, daí surgiram estes novos impostos.
Sobre as greves, fazia esta
curiosa afirmação: A CGTP concentra-se em
reivindicações políticas com menosprezo dos interesses dos trabalhadores que
pretende representar RTP, 1 de Junho de1984
Depois de recordar estas
declarações, digam lá
se o homem não merece ser homenageado?!
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