Virginia Woolf
Virginia
Woolf, no início da sua carreira de escritora começou por escrever pequenos
textos jornalísticos vindo a tornar-se uma das mais proeminentes escritoras do modernismo.
Numa das suas múltiplas palestras, Virgínia
contou que quando escrevia um texto, a sombra de um anjo soprava-lhe ao ouvido os
padrões que ela deveria seguir para que os seus textos tivessem sucesso.
De tal modo a atormentou que preferiu matá-lo, e só assim conseguiu ser mais
autentica na sua escrita.
Evidentemente,
Virgínia Woolf não matou ninguém nem nunca existiu o tal anjo. Usou apenas essa
figura de retórica numa alusão aos seus próprios fantasmas.
É na
infância e por vezes mais tarde, durante a adolescência que travámos
conhecimento com alguns dos nossos fantasmas. Os anos passam, a vida dá voltas
e chegamos a pensar que eles nunca existiram, por isso mesmo é que são
fantasmas… Mas alguns ficaram lá se bem que não saiba concretamente onde fica
esse “lá”. Um dia, sem que nada o faça prever, eles acordam e surgem do nada
assim como se nunca tivessem deixado de existir.
Todos
temos os nossos fantasmas. Há quem lhe chame “medos”. Não me venham com essa
treta de que há quem não tenha medo de nada, que precisamos matar os nossos
fantasmas.
Na verdade,
todos temos os nossos fantasmas vindos de algum tempo remoto da nossa
juventude. Coisas do passado que nos assaltam a memória e que ficaram por
resolver ou foram mal resolvidas. Não é verdade que os fantasmas surjam do
nada, simplesmente estavam adormecidos. Há uns mais dorminhocos do que outros mas
todos teimam em acordar, mais tarde ou mais cedo.
Apesar
de todas as “receitas” e tratados filosóficos, nunca conseguiremos ver-nos
livres deles.
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