Até há bem pouco tempo, por mitras só conhecia as usadas pelos mais altos representantes religiosos, Católicos e Ortodoxos, em
ocasiões solenes. Ultimamente tenho sido
surpreendido com o uso do termo num contexto totalmente diferente.
Num mundo em constante e rápida mudança não é difícil correr o risco
de ficar desactualizado em questão de meses ou mesmo até de dias. O que hoje é
tido como certo, amanhã pode estar completamente ultrapassado; o que hoje é
moda, amanhã pode cair em desuso ou mesmo ser considerado cafona. Nem sei até se
o termo cafona continua em (bom) uso,
isto é, se não é considerado possidónio… É que, como tudo, também a língua
falada passa por modas e, determinados termos que faziam parte do vocabulário
da nossa juventude, encontram-se completamente fora de moda.
Quem contacta com jovens na família ou profissionalmente, é
sempre uma boa ideia conservar-se bem informado acerca da evolução do linguajar
indispensável a uma boa comunicação entre diferentes gerações. Por isso, apressei-me a consultar diversos dicionários online tendo em vista conhecer o significado de mitra na terminologia actual. Por
definição e por oposição aos chamados betos, trata-se de um jovem (entre os 20
e os 35 anos), de comportamento ruidoso,
desrespeitoso, ameaçador ou mesmo violento, que é vaidoso, mas tem gostos
considerados vulgares.
São afinal aqueles a quem, numa terminologia mais
antiquada, eu designava de Gunas ou Chungas… Espécime que, ao que parece,
prolifera principalmente nas cidades de Lisboa, Porto e Coimbra e se encontram quase
sempre nos jogos de futebol, manifestações… e ginásios. Há-os de todos os géneros e feitios. Alguns até têm cursos
superiores graças aos sacrifícios que os pais fizeram para os mandar para a
universidade; uns são cultos, outros ignorantes; uns são de esquerda, outros de
direita.
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