Cada
vez que me afundo no “meu” cadeirão, a quem chamo de meu porque fui eu que o
escolhi,… em função do preço, penso com os meus botões, como é que vou sair
daqui sem ferir mais a coluna que já sinto a reclamar?
Com
o decorrer do tempo, a poltrona tem vindo a degradar-se cada vez mais, quer ao
nível das molas mas, principalmente, ao nível do revestimento a imitar a pele,
a chada pele sintética, que lhe dá um aspeto feio de animal esfolado.
De
tal forma o seu estado geral se agravou que agora vem agarrado às calças como
flocos negros cada vez que me levanto. A minha vontade era substitui-lo por uma
passadeira mecânica que me dizem trazer inúmeros benefícios à saúde. Esta minha
vontade não passa duma intenção e lá vem aquela vozinha que me sussurra, o
que é barato, sai caro. O povo tem (sempre) razão.
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