Raramente saio e, quando saio, é geralmente para
ir a uma ou duas das muitas consultas. Numa dessas raras incursões ao exterior,
apercebi-me de uma nova fase da vida, a adaptação. Até hoje, tinha canalizado quase
toda a energia para recuperar a vida que perdi, uma vida que afinal não volta
nunca mais.
É inútil pensar que se pode recuperar o que
definitivamente se perdeu. Ressalve-se que, no meio do azar, ficou intacta a
noção do que ficou para trás e do que se encontra no presente.
Nesta nova fase, deixou de dar-se tanta
importância à opinião dos outros, cada um pensa de acordo com o “mundo” que
habita e o ambiente que o rodeia desde que nasceu. Muitas das amizades de
outrora não resistiram à mudança e seguiram o seu caminho cada vez mais
distante, em compensação, outros ficaram… Não importa, se podem ou querem ficar,
aliás todos podem seguir o seu caminho sem que lhe guarde desse facto qualquer rancor.
Chegar até aqui não é fácil e só se atinge abandonando
tudo o que passou como se fosse outra vida o que pode ser duro e doloroso… É
uma fase que pode demorar alguns anos a alcançar e que nem todos estão prontos para
a atingir contudo, é este o caminho a seguir.
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