Observando com mais atenção, constato com alguma surpresa que
o mar serve de fundo à quase totalidade das minhas fotografias, desde as mais
antigas à mais recentes.
Vendo bem não subsiste grande surpresa visto que o mar exerceu
sempre um estranho fascínio. Nem sequer vou tentar esconder o tal fascínio. Perante
esta realidade, de que adianta resistir-lhe?
Alguém disse, não sei se é o mar que me leva, ou se o
levo dentro de mim. De fato, para onde quer que vá, o mar chama por mim e,
por muito que o observe, nunca se mostra da mesma maneira. Varia conforme a hora
em que se observa e o dia da semana. Ora exibe uma cor azul turquesa que se
funde com o próprio pensamento ora exibe um verde claro ou escuro, conforme
está muito ou pouco zangado… Admirando a imensidão do mar ninguém sabe, com
certeza, onde começa e onde acaba.
Às vezes, de vez em quando, o mar assume outras facetas,
outras marés como diriam os entendidos mas conservando sempre algo de atrativo
na diferença, outro mar dentro do próprio mar.
Quer desperte sereno ou fora de si, o mar é sempre o mar. É essa a natureza do
mar. O mar é assim!
Quantas vezes, ali sentado, passei horas ouvindo o que o mar dizia.
Chorámos,
rimos, cantámos. Falou-me do seu destino, do seu fado...
Ele
afastou-se calado; Eu afastei-me mais triste, mais doente, mais cansado…
(António Boto)
Sim, por que o mar também fala….
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