É comum definir-se como
deficiência a ausência de qualquer estrutura psíquica ou fisiológica. De acordo
com esta definição, torna-se difícil classificar aqueles que o são daqueles que
não são deficientes. Aliás, um grande número de pessoas apresenta alguma
deficiência (auditiva, visual, física e, nos casos mais graves, intelectual) sem
o saber… Convém dizer que muitos dos deficientes físicos parecem uma pessoa
normal, evidenciando a mesma personalidade, a mesma forma de pensar e de agir que
já existia antes da respectiva lesão. O que os faz diferentes é a forma de locomoção,
de segurar um copo, caneca ou uma simples esferográfica… Estes pequenos
(grandes) gestos fazem toda a diferença. Perante esta dificuldade, em Esparta
eram mais radicais lançando qualquer criança portadora de deficiência do alto
do monte Taigeto. De acordo com esta realidade, permita-se o desabafo: ainda
bem que não nasci em Esparta…!
Então qual o grupo a
que pertence aqueles que nasceram saudáveis daqueles que adquiram mais tarde alguma
anomalia…?
Não é expectável que um
indivíduo “normal” conviva alegremente com o portador de alguma deficiência. A
sociedade actual, apesar de parecer receptiva, não está preparada para uma
integração efectiva destes indivíduos. Basta olhar à volta para entender que na
prática isso não se verifica.
Perante esta sociedade,
o portador de deficiência é como se não existisse, deixando o parceiro de vida numa
espécie de viuvez parcial. Contudo, ficar sozinho em casa enquanto outros se
divertem pode não ser a melhor opção. Sair com mais frequência, permitir que se
recebam convites para qualquer evento é menos frustrante do que permanecer em
casa enquanto os convites “chovem” de todo o lado para quem é normal… É triste
verificar que os convites que (nunca foram muitos) começam a escassear, o que é
normal atendendo à sociedade em que se vive.
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